30 de Abril, Folha de S. Paulo
JÁ TINHA pensado no assunto: o amor é diferente quando é falado por línguas diferentes. O mesmo ato, a mesma cama, os mesmos corpos, mas a narrativa é distinta, porque distinta é a língua, e os tabus, e as expressões de excitação, e as palavras sussurradas ou gritadas que habitam a boca dos amantes. "Vou gozar", "estou-me a vir": fazer amor em português (do Brasil) ou em português (de Portugal) não é apenas uma questão de sotaque, mas de imaginário, temperamento, tradição. E, no entanto, não existe um estudo sobre o fenômeno. Quando o assunto é sexo, abundam imagens, descrições, banalidades. Clichês. Mas falta uma poética do eros, capaz de revelar o que uma língua transporta para a intimidade. Como será um orgasmo em russo ou em mandarim? Como se excitam, verbalmente falando, os amantes da Islândia ou da Patagônia? E que palavrões fazem sucesso na Grécia ou no Irã?
J.P.Coutinho in http://www.jpcoutinho.com/
Sunday, May 18, 2008
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