Wednesday, September 27, 2006

Adoro Setembro...

A luz coada de Outono, os anos das amigas, o pôr do sol, os diospiros tirados das árvores. O fresco da manha... e o verde que se torna laranja. O doce despir das árvores que cobre calçadas.. mas acima de tudo o regresso do chá, do ritual das bolachas com a marnelada acabada de corar, as uvas americanas do quintal.

Adoro Setembro, acima de tudo pelas recordações que desperta... folhas novas de um caderno que estala quando abro... e meu Deus, o cheiro a livros, tudo isto é um um novo principio.

Bom ano

Tuesday, September 26, 2006

Sou racional

.....................queria ser puramente racional. Afinal, não é a racionalidade que nos distingue da demais fauna?

Reconheço no entanto que a matemática da vida não nos preenche... que passamos uma vida a perceber quais são as regras, a definir o certo e o errado, percebi. O que não percebo... é a razão( sempre a razão) de não nos comportarmos sempre de acordo com as convicções, e nos deixarmos arrastar pelas emoções.
.........................Bolas

Wednesday, September 20, 2006

"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis."

Fernando Sabino

Monday, September 18, 2006

Não podia estar mais de acordo
As muito feias que me perdoem
Mas beleza é fundamental.
É preciso
Que haja qualquer coisa de flor em tudo isso
Qualquer coisa de dança, qualquer coisa de haute couture
Em tudo isso (ou então
Que a mulher se socialize elegantemente em azul, como na República Popular Chinesa).
Não há meio-termo possível.
É precisoQue tudo isso seja belo.
É preciso que súbito tenha-se a impressão de ver uma garça apenas pousada e que um rosto
Adquira de vez em quando essa cor só encontrável no terceiro minuto da aurora.
É preciso que tudo isso seja sem ser, mas que se reflita e desabroche
No olhar dos homens.
É preciso, é absolutamente preciso
Que seja tudo belo e inesperado.
É preciso que umas pálpebras cerradas
Lembrem um verso de Éluard e que se acaricie nuns braços
Alguma coisa além da carne: que se os toque
Como no âmbar de uma tarde. Ah, deixai-me dizer-vos
Que é preciso que a mulher que ali está como a corola ante o pássaro
Seja bela ou tenha pelo menos um rosto que lembre um templo e Seja leve como um resto de nuvem: mas que seja uma nuvem
Com olhos e nádegas. Nádegas é importantíssimo. Olhos então
Nem se fala, que olhe com certa maldade inocente. Uma boca
Fresca (nunca úmida!) é também de extrema pertinência.
É preciso que as extremidades sejam magras; que uns ossos
Despontem, sobretudo a rótula no cruzar das pernas, e as pontas pélvicas
No enlaçar de uma cintura semovente.
Gravíssimo é porém o problema das saboneteiras: uma mulher sem saboneteiras
É como um rio sem pontes. Indispensável.
Que haja uma hipótese de barriguinha, e em seguida
A mulher se alteie em cálice, e que seus seios
Sejam uma expressão greco-romana, mas que gótica ou barroca
E possam iluminar o escuro com uma capacidade mínima de cinco velas.
Sobremodo pertinaz é estarem a caveira e a coluna vertebral
Levemente à mostra; e que exista um grande latifúndio dorsal!
Os membros que terminem como hastes, mas que haja um certo volume de coxas
E que elas sejam lisas, lisas como a pétala e cobertas de suavíssima penugem
No entanto, sensível à carícia em sentido contrário. É aconselhável na axila uma doce relva com aroma próprio
Apenas sensível (um mínimo de produtos farmacêuticos!).
Preferíveis sem dúvida os pescoços longos
De forma que a cabeça dê por vezes a impressão
De nada ter a ver com o corpo, e a mulher não lembre
Flores sem mistério. Pés e mãos devem conter elementos góticos
Discretos. A pele deve ser frescas nas mãos, nos braços, no dorso, e na face
Mas que as concavidades e reentrâncias tenham uma temperatura nunca inferior
A 37 graus centígrados, podendo eventualmente provocar queimaduras
Do primeiro grau. Os olhos, que sejam de preferência grandes
E de rotação pelo menos tão lenta quanto a da Terra; e
Que se coloquem sempre para lá de um invisível muro de paixão
Que é preciso ultrapassar. Que a mulher seja em princípio alta
Ou, caso baixa, que tenha a atitude mental dos altos píncaros.
Ah, que a mulher dê sempre a impressão de que se fechar os olhos
Ao abri-los ela não estará mais presente Com seu sorriso e suas tramas.
Que ela surja, não venha; parta, não vá
E que possua uma certa capacidade de emudecer subitamente e nos fazer beber
O fel da dúvida. Oh, sobretudo
Que ela não perca nunca, não importa em que mundo
Não importa em que circunstâncias, a sua infinita volubilidade
De pássaro; e que acariciada no fundo de si mesma
Transforme-se em fera sem perder sua graça de ave; e que exale sempre
O impossível perfume; e destile sempre
O embriagante mel; e cante sempre o inaudível cantoDa sua combustão; e não deixe de ser nunca a eterna dançarina
Do efêmero; e em sua incalculável imperfeição
Constitua a coisa mais bela e mais perfeita de toda a criação inumerável
Vinícius de Moraes

Wednesday, September 13, 2006

Durante anos adormeci com as histórias da carochinha, exorcizei a revolta no "atirei o pau ao gato" MIAU MIAUUUUU. Cresci, atirei sempre para o "sistema" (esse ente anónimo que tudo desculpabiliza, com as costas largas da lassidão) as culpas do que não funciona. Percebo hoje, que me enganei redondamentel. Que o sistema não passa de mais uma história que adormece consciências. E ganho coragem, para tentar perceber o que me rodeia, e depois... participar activamente na cosntrução da sociedade que me cobra uma acção.
Tenho quase 30 anos. Vou mudar o mundo(?)

Tuesday, September 12, 2006

Monday, September 11, 2006

Numa altura em que é preciso pedir licença para pensar autonomamente, sem pressões da democracia.... um jardim de opiniões.... aguardo as daninhas!
"Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu."

Fernando Pessoa

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